segunda-feira, 30 de março de 2009

Querido diário, (semanário, mesário, tanto faz)

Hoje acordei depois de um daqueles sonhos horríveis.
É assim, eu tenho pesadelos,
com ETs e tsunamis desde pequena.
(Mesmo depois de a minha mãe desejar
boa noite, sonha com os anjos.)
E neles eu corro e fujo desesperada e acabo
acordando com meus próprios gritos
ou os meninos me acordam, coitados...
ser despertado no meio do sono,
pela louca aos berros.
Mas tudo bem. Todo mundo tem suas estranhezas.

Aí, fiz o almoço, almoçei e assisti TV com meu pequeno,
contei uma história pra ele e tive raiva quando descobri
que ele tinha desenhado navios na parede do meu quarto.
Até porque ele tem uma parede no quarto dele só pra isso,
pra não precisar riscar as outras da casa. (todas riscadas)
Mas o navio era lindo, tenho que admitir.

Mais tarde minha mãe passou por aqui
e me levou para assistir ao curta do Vitim,
"Fulô de Kuroyama", que é lindo e me fez chorar horrores.
Porque tem imagens belíssimas da casa que não existe mais,
mas que sempre existirá, e porque é inspirado
na vida e obra de minha própria irmã que só tem 26,
mas parece ser de outro planeta
e ter muitas centenas de anos... ( nenhuma semelhança
com os ETs dos sonhos, que são malignos e ela é boazinha,
salvo quando tem TPMs matadoras.)

E depois foram todos pra casa da Zahra, comemorar
o aniversário da Lud, querida Ludluz, mas eu não fui.
Porque môre pediu por favor pra eu não ir,
porque é segunda-feira e as meninas compraram
14 cervejas e dois vinhos e eu ia voltar bêbada.
E eu não posso dizer não pra uma pessoa que
nunca me pede nada e que faz tudo o que eu peço,
sem reclamar, e olha que eu sou pidona.
E ele ainda foi no supermercado sozinho,
porque eu detesto fazer supermercado,
e também não gosto de segundas-feiras.
(Mas ele se esqueçeu do meu sorvete.)

E agora eu escrevo aqui, nem sei bem porque.
Só pra organizar os pensamentos, ou só pra lembrar
da época que eu tinha doze anos e escrevia diários
e dizia tudo que aconteceu no meu dia
da hora de acordar até a hora de dormir.
Engraçado que eu escrevia tudo o que tinha feito,
mecanicamente, mas não escrevia nada sobre sentimentos.
E agora a minha vontade é de escrever o meu sentir
e eu sinto tantas coisas e tantas ao mesmo tempo
que nem sei como colocar nem como dizer.
Acho que são muitos sentires indizíveis
que não podem ser postos em palavras,
porque palavras são pouco ou nada
quando o coração parece que vai sair
pela boca a todo momento.
As vezes acho que posso explodir
porque não caibo em mim mesma,
e posso até ter uma gastrite de tantas
borboletas no meu estômago...
E fecho os olhos e penso que posso voar
e se bobear eu vôo mesmo.
Sensibilidade exacerbada, como tudo em mim,
não sei como não morro de amores
(ou raivas) o tempo todo.

E agora eu vou dormir, porque já escrevi tudo que pude
sobre o dia e as minhas divagações e sentires,
e estou mais leve apesar de achar
que não escrevi nada, que nada ficou bom,
mas vou deixar assim.
Porque é preciso ter tempo até pra isso,
e com certeza serviram pra alguma coisa
esses escritos estranhos.
Ao menos serve pra preservar a minha clareza mental.
E amanhã tem muito trabalho a fazer. Ufa!

Tomara que eu sonhe com os anjos dessa vez.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Para o planeta

É amanhã! Você também pode fazer a diferença.



saiba mais:
http://www.wwf.org.br/informacoes/horadoplaneta/

Deixar-se guiar pelo cor-Ação.

Quero um nariz de palhaço
um sorriso de lua
pegar carona no vento
dar as mãos com o sol
passear pelas ruas
abraçar as pessoas
espalhar alegria
soprando flores
bolhas de sabão...
Quero viver de arte
respirar amores
me alimentar de cores
e voar com as asas
da imaginação.

Clowns em defesa do parque do Cocó, em 22/03/09.
Na foto, Fulô e Aurélia, cuidando da 'paciente' amiga árvore.



quinta-feira, 12 de março de 2009

Para inventar o tempo.

Olha, confesso que é meio complicado
administrar casa, trabalhos, filho, marido,
mais três blogs, fotologs e afins.
E eu ainda arranjo mais sarna pra me coçar.
Difícil mas não impossível.
Quando a gente faz com amor, sempre dá tempo.
Pra tudo. Oras, se escrevo sobre o dito cujo
e digo para as pessoas que é preciso tê-lo,
nada mais natural que eu dê o exemplo.
Entenda, ás vezes uma coisa ou outra pode ficar
meio esquecida ou sei lá, não dá pra fazer tudo
e ainda fazer na perfeição.
Não tenho a pretensão de ser perfeita nem nada disso.
Apenas defendo que é possivel se dedicar ao que se gosta,
um pouquinho de cada vez, trabalho de formiguinha.
Sem sonhos megalomaníacos.
O que quero dizer é que dá pra fazer de tudo, sim.
Dá pra viver a própria verdade e ser feliz.
Afinal, se foi o homem quem inventou o tempo,
porque eu não posso reinventá-lo, moldá-lo, adaptá-lo?
Tempo é uma coisa que na verdade não existe.
Quem foi que disse que o dia tem 24 horas?
Tudo é condicionamento.
Se quem inventou o relógio tivesse colocado
mais números dentro do círculo, a gente viveria mais?
Então, o que importa é viver bem,
fazer o que se gosta com amor
e não prejudicar ninguém.
Dessa maneira eu conduzo meu tempo e meus dias,
e a coisa tem funcionado.
E se porventura passar a não funcionar mais,
eu mudo tudo. Inverto, mexo, ajeito e continuo.
O que é importante pra mim é, no fim,
não me arrepender do que não fiz.

PS: Muito importante também é não engolir sapos,
são altamente indigestos, e fazem a gente perder tempo
pensando no que poderia ter dito ou feito, e que não fez
porque o anfíbio estava lá, atravessado.

quinta-feira, 5 de março de 2009

...

"Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

Clarice Lispector.

Para mexer nos guardados antigos.


Uma caixinha de lembranças pode render boas surpresas.
Imagine a minha, ao encontrar uma carta profética,
de mim para alguém que ainda viria...
E que realmente veio, três anos depois.
Palavras escritas num momento de solidão,
e que, quem sabe, foram além do papel,
soprar nos ouvidos desse alguém.
Acredito mesmo nisso, que ele ouviu o meu chamado.
E que a gente na verdade se reencontrou aqui.

E, mais coincidência ainda,
oito anos depois, nesse mesmo dia,
chegaria um novo integrante na família.
Nasceu em 2 de novembro.
Transformando e trazendo alegria.

"E quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?"