terça-feira, 24 de maio de 2011

para transformar


Estou de mudança, encaixotando tudo e descobrindo
a quantidade de lixo um ser humano acumula ao longo
dos anos. Joguei muita coisa fora, fiz uma fogueira com
vários guardados antigos, catarse. Transformação.
E me sinto mais leve.
Me abrindo ao novo, vários aprendizados.
Descontruindo para recontruir, recomeçar.
Realizo sonhos, é hora de começar a sonhar sonhos novos.
Em meio a tanta coisa, papéis, objetos, recordações,
uma constatação: a vida toda cabe em 14 caixas
e uma mala. Será mesmo?
O que eu sei é que o que importa
de verdade a gente leva é no coração.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Para Lucas.

Eu tento ter tempo, eu juro.

E sempre acho que dou conta.
Mas hoje você faz 7 anos e eu me
pergunto, pra onde foi o tempo?
Hoje você é um homenzinho. Um homenzinho lindo.
E eu fico aqui nostálgica, pensando que
foi ontem que você nasceu e deu os primeiros passos.
Nunca fui mãe de fazer diário, não anotei
quando disse mamãe pela primeira vez.
Mas sei exatamente quando e como foi, acredite.
Nunca vou esquecer da sensação maravilhosa de ver
aquela criaturinha aprendendo aos poucos a viver.
Nunca vou esquecer a emoção que sinto quando vejo
sua alegria ao descobrir que pode fazer sozinho,
sejá lá o que for. Lembro da primeira vez você caiu
e ralou o joelho no chão aqui do prédio.
Lembro de quando pegou na lagarta
de fogo e queimou a mãozinha. Lembro de quando
quebrou o braço e só tinha dois anos mas adorava
os desenhos coloridos no gesso. Lembro de quando
aprendeu a andar de bicicleta sem rodinha.
Lembro de você vestido como o pequeno príncipe,
no aniversário de 3 anos, a festa mais bonita.
E de você jogando bola com o bivô (que sabia ser
da sua idade) na varanda da casa antiga.
As suas gargalhadas vão ficar gravadas
pra sempre na minha memória.
Dessas maravilhas de ser mãe.
Pequenas poesias nos meus dias.
E hoje eu olho pra você tão crescido, tão cheio de
certezas e coragens e vejo que é isso mesmo,
a vida cumprindo seu papel.
Hoje eu sei, mais do que nunca, como valeu a pena ter
ficado em casa para cuidar de você, em tempo integral.
Não me arrependo de nada, faria tudo outra vez, mil vezes.
E ainda assim fico querendo segurar o tempo
com as mãos, achando que no rebuliço
dos dias eu deixei passar alguma coisa.
Poderia ter te segurado mais no colo, beijado mais...
mãe sempre acha que poderia ter feito mais um pouco.
Mas quando te vejo correndo e brincando,
tão cheio de saúde, lendo e escrevendo e
solucionando problemas com sua sabedoria
simples de criança, sei que vou no caminho certo.
E mais dias felizes virão.

Parabéns meu filho, meu menino, meu amor, minha luz.
Você não sabe, mas é meu maior presente.
Meu super herói preferido, minha alegria de viver.
Que Deus te abençoe, que sua vida seja longa,
plena, e feliz, muito feliz!
Meu amor acompanhará seus passos sempre.
Obrigada por ter me escolhido para ser sua mãe.


sexta-feira, 9 de julho de 2010

para vinícius.


Hoje fazem trinta anos que Vinícius,
o poetinha, nos deixou. Na época eu só tinha quatro,
mas mesmo assim ele foi meu primeiro amor,
minha primeira paixão platônica e impossível,
chorei ao descobrir que já havia partido
quando me apaixonei.
Me fez viúva precoce.
Mas me fez também ver a poesia das coisas, todas elas,
e me mostrou o mundo romântico das palavras.
Já foi amor inocente, a descoberta, quando me via
a menina com uma flor.
Foi consolo para as dores de cotovelo ao longo do caminho,
quando ouvia ele cantar a beleza de sofrer por amor,
é melhor sofrer por amor que nunca ter amado.
Foi amigo e companheiro incentivando a me jogar
de cabeça numa paixão - não tenha medo, ora,
a vida só se dá pra quem se deu!
Que seja infinito enquanto dure, não é assim?
Me ajudou a continuar acreditando, quando achei
que nunca mais encontraria ninguém, depois da desilusão.
Ele dizia pra eu ter paciência, a vida é a arte do encontro,
embora haja tanto desencontro pela vida.
Então, hoje é amante, o marido que me perdoe.
(afinal ele sempre esteve ali me lembrando que
é preciso viver um grande amor,
além de emprestar suas palavras
para minhas próprias declarações)
Eu me rendi, há muito tempo.
Vinícius, meu amor atemporal.


'Ah, quem me dera ter-te
Como um lugar
Plantado num chão verde
Para eu morar-te
Morar-te até morrer-te...'
O mais que perfeito, 1958

terça-feira, 30 de março de 2010

ás vezes a vida pega a gente de surpresa.

um solavanco no estômago, uma risada gostosa.
e a certeza de que tudo está em seu lugar.

quinta-feira, 11 de março de 2010

tempo de apagar as luzes, outra vez.

No dia 27/03, ás 20:30,
1 bilhão de pessoas no mundo inteiro
vão apagar as luzes durante 60 minutos!
Junte-se a esse movimento!

ajude a divulgar.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

para honrar os ancestrais

Hoje fui com minha mãe visitar uma tia
de 98 anos que está doente. Estava lá, deitada
na cama, fraquinha, mas com os cabelos brancos
bem penteados, as unhas devidamente pintadas
e perfumada, afinal é preciso envelhecer com dignidade.

Impossível não me emocionar naquela casinha
de tantas lembranças, ao me dar conta de que estive
ali inúmeras vezes, olhando tudo sem ver.
Hoje pela primeira vez (!) prestei atenção em vários
detalhes, as fotos nas paredes, porta retratos antigos,
enfeites nas mesinhas, um armário tão bonito,
uma colcha, até bonecas. Detalhes pra mim,
pra ela objetos de valor inestimável,
que estão ali justamente por isso,
contando a história de uma vida.

Minha mãe sempre diz que a gente precisa cuidar
dos nossos velhos, sermos gratos por tudo que fizeram
por nós. Amar e cuidar deles, dar carinho, não só pais
e avós, mas tios e agregados queridos, dar assistência
física e emocional, principalmente. Hoje em dia as pessoas
estão tão ocupadas para se lembrarem dos seus idosos
e isso é tão triste.

Os velhos são tratados como inconvenientes, rabugentos,
por seus jovens descendentes igualmente inconvenientes
e rabugentos. A velhice é desnecessária, não existe mérito
em envelhecer. Num mundo de photoshop e juventude
a qualquer preço, onde a beleza é tudo, envelhecer
passou a ser vergonhoso e a velhice inoportuna é
cuidadosamente varrida para debaixo dos tapetes.
E ao escondermos nossos velhos vamos
nos escondendo de nós mesmos.

Viver uma vida toda se dedicando a alguém e no fim
ser esquecido apenas porque envelheceu. Ora, e não
envelheceremos todos um dia, de acordo com o curso
natural da vida? As mulheres da minha família costumam
viver muito, geralmente lúcidas e ativas.
Já pensou chegar aos 90 nessas condições, acompanhar
as mudanças no mundo durante quase um século, ter
tanto pra contar e não ter quem ouça, ou pior,
ter e não saber por onde andam filhos,
sobrinhos e netos, não ter notícias.

Quem não valoriza seus antepassados perde a oportunidade
de compartilhar experiências que são um tesouro
verdadeiro, bem mais real que bens materiais
ou o dinheiro que se acumula no banco.

Adorava ouvir os "causos" contados por meus avós,
risadas garantidas, lembranças de um tempo que não existe
mais, de quando as ruas eram mais tranquilas, as crianças
andavam soltas e assaltante era ladrão de galinha.
Minha vida não seria a mesma sem essas histórias
que hoje meus pais recontam para o meu filho,
e que eu adoro ouvir de novo e mais uma vez, e um dia,
se Deus quiser, hei de repeti-las para meus netos.

Acho fundamental saber de onde eu vim para
saber quem eu sou e assim tentar saber pra onde vou,
porque no fim das contas o mundo gira,
gira e a gente sempre volta pro mesmo lugar.

Qualquer tempo que tiver para estar com eles é
enriquecedor. Ouvir e conversar ou simplesmente
estar ali pode ser surpreendente. Pequenos momentos
de companhia fazem um bem enorme para quem recebe
e acredite, faz um bem maior ainda para quem dá.
Por mais que tentemos nos distanciar das nossas origens,
nossas origens nunca sairão de dentro de nós, assim como
as árvores nunca perdem suas raízes, por mais que seus
galhos cresçam e se aproximem do céu.

eu com meu bivô Zequinha, em 1977.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

tempo de ajudar



Todo mundo está acompanhando a situação
no Haiti. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha
estima que os terremotos podem ter afetado cerca
de três milhões de pessoas. Qualquer ajuda é
importante, não deixe de contribuir só por achar
que sua contribuição é pequena. Pra quem mora no Ceará,
a Cruz Vermelha Brasileira - Filial do Estado do Ceará
preparou uma campanha humanitária chamada
"Missão Haiti" e está recebendo doações.
Você pode contribuir com:
  • água;
  • gêneros alimentícios não-perecíveis;
  • materiais de primeiros socorros como: algodão, ataduras, esparadrapo, gaze, talas, soro fisiológico, luvas e máscaras descartáveis;
  • roupas e calçados;
  • material para o trabalho com as doações: fitas autoadesivas para empacotamento (transparentes), caixas de papelão e sacos plásticos.
As doações estão sendo feitas na sede da Cruz Vermelha:
Rua José Lourenço, 3280, Joaquim Távora
(por trás da Gerardo Bastos da Barão de Studart).
telefone: (85)34723535 / E-mail: cvbceara@cvbceara.org
Mais informações aqui.

.

Pra quem pode ajudar com dinheiro, a embaixada
do Haiti no Brasil está recebendo doações através
da conta corrente abaixo. Os recursos serão recebidos
diretamente pela embaixada e administrados por ela,
segundo o Banco do Brasil. Podem ser feitos depósitos
ou transferências de qualquer banco e até mesmo de
fora do Brasil para a conta corrente.
Não existe valor mínimo ou máximo para as doações.

Nome: Embaixada da República do Haiti
Banco: Banco do Brasil
Agência: 1606-3
Conta corrente: 91000-7
CNPJ: 04170237/0001-71

Se você não pode ajudar fazendo doações, ajude divulgando, ok?

"Que a dor não nos seja indiferente."


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

descobrindo Henry Miller

Ultimamente eu estou lendo mais que escrevendo
e aqui e acolá leio umas coisas que tenho vontade
de pôr aqui. Essa é uma delas.
Só pra não deixar o blog esquecido.

"Todo dia massacramos nossos melhores impulsos.
E é por isso que sentimos uma dor no coração sempre
que lemos as linhas escritas pelas mãos de um mestre
e as reconhecemos como nossas, como os tenros brotos
que sufocamos porque nos faltava a fé em nossos próprios
poderes, em nossos critérios de verdade e beleza.
Todo homem, quando se aquieta, quando é
desesperadamente honesto consigo mesmo,
pode proferir verdades profundas.
Todos derivamos da mesma fonte.
Não há mistério quanto à origem das coisas.
Todos somos parte da criação, todos reis, todos poetas,
todos músicos; precisamos apenas nos abrir,
para descobrir o que já estava lá."

Henry Miller.

*texto extraído do livro "Sexus"
surrupiado das estantes da minha
querida irmã andarilha.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

simples.

é preciso ser feliz todos os dias.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

quando me faltam palavras

















- preste muita atenção, mamãe!


só me resta agradecer.